Publicidade

Publicidade

5 formas de tratar e aliviar dores no “joelho de corredor”

Por: Fausto Fonseca

Publicado em 15 de novembro de 2022

5 formas de tratar e aliviar dores no “joelho de corredor”

Foto: O2Corre

O joelho de corredor, conhecido também pelo nome técnico Síndrome do Trato Iliotibial, é uma das lesões mais comuns entre aqueles que praticam corrida. Isso porque se trata de uma inflamação causada pela própria dinâmica da atividade. O trato iliotibial, ou banda iliotibial, é uma estrutura repleta de tendões que se estende do íleo, um dos ossos da bacia, até a tíbia, cruzando e estabilizando as articulações do quadril e do joelho. Durante a corrida, há o atrito do trato iliotibial com a lateral do fêmur que, quando ocorrido de forma repetitiva, causa um processo inflamatório doloroso. A dor é localizada na lateral do joelho e, se não tratada inicialmente, pode prejudicar o desempenho na corrida.

Uma característica da síndrome do trato iliotibial é que, geralmente, o corredor começa a sentir a dor, mas consegue dar continuidade à atividade”, explica Caio D’Elia, ortopedista do Vita Ortopedia do Grupo Fleury. "Se o corredor insiste e não trata, com o passar do tempo, esse sintoma começa a se tornar mais evidente e a pessoa começa a ter que abandonar a corrida ou o treino no meio da sessão, em função do desconforto característico na face lateral do joelho”, acrescenta.
Por isso, é importante saber como cuidar da lesão assim que os primeiros sinais surgirem. O primeiro passo, é claro, é ir ao médico ortopedista para confirmar o diagnóstico, entender qual é o grau da lesão e, assim, receber a melhor orientação. De maneira geral, existem algumas medidas que são capazes de reduzir a dor e tratar a inflamação. Confira a seguir:

1. Redução da intensidade e velocidade da corrida

Um dos fatores de risco para o desenvolvimento do joelho de corredor é a progressão rápida do volume ou da intensidade da corrida, incluindo quilometragem ou velocidade. Conforme explica D’Elia, isso faz com que o joelho repita seu ciclo de movimento mais vezes, resultando no atrito repetitivo do trato iliotibial com o fêmur. Por isso, uma das principais formas de evitar que a dor evolua é reduzir a intensidade e o volume da corrida logo de início. “Muitas vezes, é possível tratar o joelho de corredor na própria atividade, realizando apenas algumas restrições de volume e de intensidade da corrida”, orienta o ortopedista. Porém, o profissional ressalta que isso pode variar de caso para caso. “Depende do grau do processo inflamatório e da intensidade do sintoma. Em algumas situações, pode ocorrer, também, a suspensão total de atividades esportivas do atleta”, afirma.

2. Fortalecimento dos músculos do core

Outro fator de risco para o joelho de corredor é a fraqueza muscular, principalmente dos grupos musculares envolvidos na estabilização da pelve, como o core (abdômen, pelve, abdutor do quadril, glúteo médio e glúteo mínimo), segundo D’Elia. 
Esses músculos têm um papel determinante na capacidade do corredor em controlar a pelve durante a execução do movimento da corrida. Aqueles indivíduos que têm um controle motor pobre e possuem uma fraqueza de um ou mais desses grupamentos musculares acabam tendo essa movimentação maior da bacia, tendo uma predisposição à síndrome do trato iliotibial”, explica o ortopedista.
Portanto, para evitar que o quadro se repita após tratado, a solução é fortalecer a musculatura do core. Alguns exemplos são a prancha alta, flexão do quadril, abdominal supra e abdominal oblíquo.

3. Uso de medicamentos e aplicação de gelo

O uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos também é bem-vindo durante a fase de controle do processo inflamatório e da dor. Nesse caso, é recomendada a administração de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). A aplicação de gelo na área afetada também pode ajudar a aliviar a dor. Isso porque a baixa temperatura evita que o processo inflamatório evolua, além de reduzir o inchaço.

4. Fisioterapia

A fisioterapia pode fazer parte do tratamento do joelho de corredor também. Algumas estratégias auxiliam no controle da inflamação, como a Neuroestimulação Elétrica Transcutânea (TENS), um tratamento que utiliza impulsos elétricos na região do joelho. O procedimento visa a ativação do sistema nervoso para exercer uma ação analgésica, combatendo a dor. A aplicação de laser de baixa potência na região afetada também é uma estratégia interessante para reduzir a inflamação do joelho. Outra alternativa é a liberação miofascial, uma técnica de massagem que aplica pressão na região afetada para relaxar e alongar os músculos, diminuindo a tensão, a dor e proporcionando o bem-estar.

5. Terapia por ondas de choque

A terapia por ondas de choque é outra opção de tratamento para o joelho de corredor. 
Essa terapia consiste na emissão de ondas mecânicas capazes de estimular a neovascularização do local e, consequentemente, a cicatrização e regressão do processo inflamatório”, explica D’Elia. Neovascularização significa a formação de novos vasos em uma área afetada e tratada anteriormente.
A terapia por ondas de choque também serve para gerar uma ação analgésica na região, de acordo com a Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC). Através das ondas, há um estímulo local que libera enzimas que atuam na fisiologia da dor.

Tratamentos cirúrgicos são raramente indicados

Segundo Caio D’Elia, o tratamento cirúrgico para a síndrome do trato iliotibial é raro e apenas é recomendado nos casos em que as medidas anteriores não foram eficazes para sanar a condição. 
A recomendação de alongamento cirúrgico, por exemplo, pode ser indicada, mas é feita geralmente em pacientes que já passaram por um período superior a quatro e seis meses de tratamento sem sucesso”, explica o ortopedista. “O alongamento cirúrgico do trato iliotibial é feito para diminuir a tensão local e o atrito na região do fêmur”.

Como prevenir o joelho de corredor?

A principal dica para prevenir o desenvolvimento do joelho de corredor é evitar aumentar a velocidade ou intensidade da corrida rapidamente. Essa progressão, seja no tempo de treino, quilometragem ou velocidade, deve ser feita de forma gradual. Além disso, como vimos, o fortalecimento dos músculos do core é essencial para manter a estabilidade do quadril e da pelve, essenciais para que o atrito do trato iliotibial e do fêmur seja menos intenso e repetitivo. Por fim, vale apostar em alongamentos dinâmicos antes de iniciar a corrida.

Leia a seguir:Retirada de kit em SP: confira tudo sobre Circuito das Estações Primavera
Saúde mental e atletas de alto rendimento
Categoria

Saúde mental e atletas de alto rendimento

Publicidade

Publicidade