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Por: Fausto Fonseca
Publicado em 27 de outubro de 2022
Foto: O2Corre
Para quem quer se tornar um corredor, o peso é um fator fundamental de performance. Até mesmo quem não busca grandes resultados dentro da modalidade deve levar esse quesito em consideração - já que ele está associado a lesões e outros problemas de saúde que podem surgir durante ou após a prática esportiva. Mas antes de pensar se você está no peso adequado ou não, é importante lembrar que a corrida e a caminhada ajudam muito no processo de perda, de manutenção e até mesmo de ganho de peso (já que favorece o ganho de músculos). Então, ao embarcar nesse universo, todo praticante precisa entender qual é o seu objetivo (se é perder, manter ou ganhar peso). E, dependendo desses objetivos, fazer um planejamento de acordo com isso. Muitas vezes, o programa de preparação de novos corredores acaba envolvendo o emagrecimento (seja por uma questão pessoal ou por indicação profissional). Entretanto, nesse processo, é comum se deparar com uma série de modismos e achismos que mais atrapalham do que ajudam. Pensando nisso, separamos os erros mais comuns na hora de perder peso para você não cair numa roubada.
Quando você faz uma dieta de restrição de calorias, você perde muito peso muito rápido. Mas não significa que você perdeu gordura; você perdeu, principalmente, água e massa magra. Quando você tem fome significa que o corpo está precisando de energia e você precisa dar a ele. Se você passar fome, você acaba deixando o seu metabolismo mais preguiçoso, ele aprende a fazer as mesmas funções gastando menos energia. A longo prazo, o metabolismo se torna lento”, explica Andrea Matarazzo, nutricionista do Vita Ortopedia do Grupo Fleury.Diante desse cenário, quando voltamos a comer de forma mais regular, o organismo já não vai conseguir processar a carga calórica da mesma maneira. Ou seja, ele passa a “acumular” mais energia (que fica estocada no corpo em forma de gordura). Assim, é possível haver o aumento do peso e até mesmo de medidas, em um efeito totalmente contrário ao desejado.
A gente nasce com esses sinais intrínsecos, alinhados. Mas com o passar do tempo, vamos desbalanceando eles. Da mesma maneira que é extremamente importante perceber a nossa fome e dar comida para o corpo, também é fundamental que a gente consiga entender a nossa saciedade. E quando eu falo em saciedade significa comer devagar, percebendo os sinais que o seu corpo te passa”, afirma Andrea.De acordo com a especialista, isso vale até mesmo para quem pensa que é preciso seguir horários específicos para comer, mesmo que não esteja com fome - como no caso da recomendação de alimentar-se a cada 3 horas. “Se eu respeitar a minha saciedade, se eu comer o suficiente para matar a minha fome, é o que eu preciso para me manter bem e até para emagrecer”, acrescenta. A boa notícia, segundo a nutricionista, é que é possível reorganizar esses sinais com uma reeducação da rotina alimentar. E isso envolve uma mudança de hábitos, sem extremismos e com ações conscientes, pensadas no longo prazo. Assim, o resultado será sentido não apenas no peso, mas também na saúde como um todo.
Quando a gente fala de emagrecimento, estamos falando de mudança de hábito. Não tem mágica. Por isso, a pessoa tem que adequar a expectativa, porque um hábito não é criado de um dia para a noite, e não é alterado da noite para o dia, leva um tempo. E durante esse tempo, vai vir uma angústia [sobre a velocidade da perda de peso]. Daí, entra na questão de estipular metas que, de fato, a pessoa consiga cumprir, porque senão vai ser mais uma frustração”, aponta Andrea.
Cada corpo leva um tempo e tem um caminhar em passos diferentes. Então, a melhor coisa para conseguir chegar onde a gente quer, além de traçar um planejamento bem feito e adequado a nós, é entender que, muitas vezes, aparecem coisas que a gente não tinha como prever. Mas a gente deve respeitar e reorganizar”, orienta Andrea.
Já vi casos de pessoas que não querem comer fruta, por conta da frutose, e daí todo dia come uma barra de proteína, que mal tem proteína e tem um monte de gordura”, exemplifica Andrea.Essas troas, que às vezes são estimuladas por modismos, acabam desequilibrando o aporte nutricional que nosso corpo realmente precisa. No caso de quem está querendo emagrecer, isso ainda pode representar a ingestão de calorias “vazias”, já que os alimentos processados nem sempre oferecem boas quantias de fibras, que ajudam na saciedade, e minerais como cálcio, zinco e magnésio - essenciais para o bom funcionamento no organismo.
Ao ver os alimentos como iguais, conseguimos nos alimentar de maneira mais intuitiva, respeitando o corpo e evitando altos e baixos. Isso, consequentemente, favorece um metabolismo mais estável e uma saúde melhor”, finaliza.
Interfere no metabolismo diário, tornando ele mais ativo; com o ganho de massa magra/músculo, o metabolismo é acelerado, o que também interfere bastante na perda e manutenção de gordura; gera uma mudança metabólica e hormonal que impacta não só na fome, na vontade de comer, mas também na motivação da pessoa em escolher um alimento ou outro, na decisão do que comer.”E para usufruir de todas essas vantagens, não é preciso seguir uma rotina tão intensa de treinos logo de cara. Aliás, é mais importante se movimentar um pouco todos os dias do que dedicar períodos específicos para os exercícios - especialmente no caso de pessoas que não conseguem dedicar tanto tempo para isso ou possuem agendas atribuladas. "Exercício bom é exercício feito. Já existem estudos falando que 10 minutos de exercícios por dia, em quatro dias na semana, já são suficientes para isso. Não precisa ser 40 minutos seguidos, por exemplo”, diz Andrea.
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