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Por: Pedro Lopes
Publicado em 15 de fevereiro de 2018
Foto: O2Corre
O gesto de flecha no ar, eternizado pelo homem mais rápido do mundo em suas vitórias, e o corte de cabelo em forma de raio na lateral da cabeça indicam a idolatria do garoto brasiliense Michael Brian, de apenas oito anos, ao jamaicano Usain Bolt. A exemplo do ídolo, ele se destaca pela velocidade que imprime nas pistas e pelo aproveitamento nas provas infantis de atletismo, combinação que rendeu o apelido pelo qual é conhecido no Distrito Federal: Boltinho. O pequeno atleta possui números impressionantes em dois anos competindo em provas de 100m, 200m e 400m pelo Brasil. Mesmo concorrendo com meninos até dois anos mais velhos, já subiu ao lugar mais alto do pódio 44 vezes, finalizou duas provas em segundo e levou o bronze em uma oportunidade. Em seu histórico de vitórias, destacam-se o título na Corrida Garotada, evento que acontece simultaneamente à tradicional prova das 10 Milhas da Garoto, e o pentacampeonato na Maratoninha Caixa - além do bom desempenho nas duas últimas edições da São Silvestrinha, quando chamou a atenção pela vantagem sobre alguns concorrentes. Com 24 quilos distribuídos por 1,24 metro, é capaz de correr 200 m em 36 segundos. Segundo seu pai, Bruno Silveira, Boltinho já tem trejeitos de atleta profissional. O garoto leva o esporte a sério, recebe convites de organizadores de eventos e já se espelha em esportistas mais experientes – principalmente, claro, Bolt. “Eu e minha mulher queremos que ele encare a corrida como uma brincadeira, mas a cabecinha dele é muito competitiva. Ele é muito maduro nesse sentido, não tem brincadeira. O Michael parece um adulto mesmo. Antes das largadas, permanece focado, só olhando para frente. De tão concentrado, às vezes nem responde quando falam com ele”, diz. [leiamais] Boltinho mal havia completado três anos de idade quando aprendeu a admirar Bolt. Enquanto os familiares assistiam pela TV ao jamaicano aumentar sua coleção de medalhas nas Olimpíadas de Londres, em 2012, Michael não parava de fazer perguntas sobre o homem mais rápido do planeta. Desde então, sonha em conhecer o ex-velocista. O sucesso nas pistas veio anos depois. Bruno matriculou o filho em aulas de corrida em um centro esportivo próximo de sua casa. Depois de uma semana, foi chamado pelos professores para ouvir que o rendimento de Michael era superior ao dos colegas. “Seu filho tem talento. Procure alguém para lapidar as habilidades dele”, ouviu o pai de Boltinho. Foi assim que o garoto passou a ser supervisionado pelo piauiense Reginaldo Júnior, o Maninho, ex-atleta da BM&F Bovespa, que orienta Boltinho uma vez por semana. Apesar da vocação para a velocidade, Boltinho se divide entre o atletismo, o futebol e a natação. Depois de ouvir de um médico que o aprimoramento físico para o atletismo deve ser intensificado só a partir dos 16 anos, Bruno toma cuidado para não sobrecarregar o corpo do filho nem para deixar de lado os estudos. “Estamos indo com cautela. Vamos ver o que ele vai escolher como esporte que mais lhe agrada. Vai ser uma escolha dele, não nossa”, conta o pai.
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