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Por: Redação
Publicado em 27 de abril de 2023
Foto: O2Corre
Será que realmente precisamos aprender como correr ou devemos correr da forma que parece certo para o nosso corpo? Alguns especialistas dizem que existe o movimento correto para a corrida, enquanto outros afirmam que o jeito certo de correr é da maneira que você se sente melhor. Na ciência, uma pesquisa sugere que novos corredores conseguem melhorar a forma que correm apenas correndo mais. Publicado no Journal Medicine & Science in Sports & Exercise, o estudo foi feito com um grupo de mulheres adultas que eram recém-praticantes de corrida de rua. Todas as mulheres que concordaram em ser estudadas eram saudáveis, na faixa dos 20 ou 30 anos, peso normal, e eram novatas na corrida de rua. Elas receberam um par de tênis (que não influenciava na mecânica natural de cada uma), e antes de começarem os treinos, foram ao Laboratório de Bioenergética da University of Exeter, na Inglaterra, para serem equipadas com sensores de captura de movimento, monitores de frequência cardíaca e outros equipamentos de medição. Todas elas correram em uma esteira enquanto foram filmadas. Os cientistas calcularam a aptidão aeróbica de cada corredora, particularidades biomecânicas e economia de corrida - medida da quantidade de oxigênio que uma pessoa usa para correr em um ritmo específico. Um corredor mais econômico exige menos energia do corpo do que outros e deve ser capaz de correr mais tempo ou mais rápido. O estudo Na primeira semana, elas alternaram entre corrida e caminhada com o objetivo de correr sem parar por 30 minutos. No início, as corredoras não foram muito econômicas . Uma vez por semana, elas se reuniam para uma corrida em grupo, com um pacer encorajando-as a correr mais, como um coach, mas sem ensinar o jeito certo de correr, apenas dando um estímulo psicológico para que elas continuassem. No restante do tempo, cada mulher treinou por conta própria e em seu próprio ritmo. Ao final do estudo, nenhuma das corredoras ficou ferida ou perdeu peso durante a pesquisa. Porém, ao longo das 10 semanas, elas se tornaram melhores corredoras. A velocidade e a resistência aumentaram - a maioria conseguiu correr os 30 minutos ininterruptos a um ritmo de 7 a 8 minutos por quilômetro. E elas se tornaram notavelmente mais econômicas durante a corrida, com capacidade de utilizar oxigênio aumentada em cerca de 8,5 %. Elas aprenderam um jeito certo de correr para se tornarem mais econômicas durante a corrida? Segundo os autores do estudo, elas mudaram, de forma sutil, como se moviam, em um esforço inconsciente para fazer o ato de correr mais fácil. Mas o que mais chamou a atenção dos pesquisadores não foram as alterações, mas o que não se alterou. A pisada. A maioria se dividia entre pisar com o calcanhar primeiro no solo ou com o meio do pé. Durante as 10 semanas nada mudou na forma como elas pisaram. Os resultados levantaram uma questão interessante no que diz respeito a ensinar as pessoas a correr. Se os corredores podem se auto otimizar, como as mulheres neste estudo parecem ter feito, talvez os especialistas devam ensinar os corredores a entender como funciona o movimento da corrida em vez de mudar completamente o padrão de corrida baseado em outra pessoa. O estudo foi pequeno, de curto prazo e com um tipo específico de corredor. Iniciante, adulto, do sexo feminino e lento. Se os resultados se aplicam igualmente aos jovens, experientes, do sexo masculino, ou atletas velozes não podemos afirmar. Também é impossível dizer se os estilos de corrida selecionados iriam reduzir ou contribuir para o risco de lesões a longo prazo. A pesquisa mostrou que é possível otimizar a corrida naturalmente, tornando-se mais consciente do seu jeito de correr. O seu corpo pode ser o seu melhor treinador - principalmente se você é um corredor iniciante.
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