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Por: Redação
Publicado em 22 de agosto de 2019
Foto: O2Corre
Você já ouviu falar no "coração de atleta"? Dificilmente, mas com certeza conhece a expressão "coração de mãe", aquele que de tão grande sempre cabe mais um. Só que no primeiro caso do nosso exemplo, não se trata apenas de uma metáfora carinhosa.
O "coração de atleta" é uma adaptação fisiológica do coração ao treinamento físico. Ou seja, o músculo cardíaco sofre alterações estruturais e funcionais benignas à medida que ele é mais solicitado em uma atividade intensa.
Se seu coração é exigido com frequência quase diária e por uma duração média acima de uma hora, são boas as chances de ele crescer. Exercícios aeróbicos e cíclicos, como por exemplo, corridas de longa distância, ciclismo, natação, triathlon, remo e futebol, são apontados como os mais comuns na lista dos que provocam o “coração de atleta”.
Na prática destas atividades o coração realmente cresce, embora não aconteça de um dia para o outro. Uma das alterações mais comuns o aumento da espessura da parede do coração, conhecido como hipertrofia do músculo cardíaco.
Essa adaptação é acompanhada da dilatação da cavidade do coração, especialmente do ventrículo esquerdo, que já é mais espesso por ser responsável por bombear sangue para praticamente todo o corpo.
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Geralmente, essa hipertrofia se dá de maneira simétrica no coração de atleta. Nos casos de cardiopatias, o resultado costuma ser diferente, promovendo crescimentos assimétricos relacionados a doenças que podem levar à morte súbita.
É importante destacar também que o coração de atleta mantém suas funcionalidades intactas. Na verdade, ele é até mais eficiente do que o coração de uma pessoa sedentária, por exemplo.
"O coração de atleta é muito mais eficiente porque é uma adaptação que precisa ser feita para melhorar a performance. O coração tem um batimento mais eficiente, com maior volume de sangue bombeado e menor quantidade de batimentos cardíacos por minuto”, explica Nabil Ghorayeb, cardiologista e médico do esporte do HCor (Hospital do Coração).
Essa característica, inclusive, é a responsável por uma das adaptações fisiológicas mais comuns no “coração de atleta”, chamada bradicardia, que define quando os batimentos cardíacos são inferiores a 60 por minuto em repouso. Como esse coração é mais eficiente, ele precisa bater menos vezes para transportar o sangue necessário aos músculos e demais órgãos.
“E o coração bate mais lentamente também para o atleta não atingir seu limite durante uma atividade esportiva”, complementa Ghorayeb, citando outra vantagem.
No entanto, como algumas dessas características também podem estar relacionadas a doenças cardíacas, diagnósticos errados confundindo coração de atleta e cardiopatias são comuns, segundo o cardiologista. “É muito difícil dizer se as adaptações indicam ou não uma doença, por isso é preciso fazer vários exames, levantar o histórico esportivo do atleta, saber quais modalidades ele pratica.”
Há, também, casos em que uma pessoa tenha o coração de atleta por praticar esportes e, ainda assim, apresente alguma cardiopatia. Por isso, se uma pessoa tiver algum desses sintomas durante a prática esportiva:
Deve interrompê-la imediatamente e procurar um cardiologista, de preferência ligado à área esportiva.
Uma recomendação comum orientada por médicos em casos de suspeitas de cardiopatias é fazer um período de repouso, sem nenhum tipo de atividade, como por exemplo o destreino, onde as adaptações fisiológicas do coração de atleta regridem.
Além disso, alguns exames também são indicados, pois podem confirmar que os sintomas eram apenas alterações benignas resultantes do exercício.
*Por Alexandre Sinato
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