Terror de muitos corredores, a fascite plantar é uma inflamação que ocorre na planta do pé. Ela é mais comum no calcanhar, e gera mais dor no início da manhã e depois dos treinos. Pode demorar meses para melhorar, principalmente quando negligenciada ou se sua causa não é tratada.
A fáscia plantar é um tecido que vai do calcanhar até os dedos dos pés e funciona como uma mola toda vez que tocamos o solo. Quando excedemos sua capacidade de resistência, ela sofre microrrupturas e se lesiona. Com o passar do tempo, sem tratamento, ocorre a calcificação de sua origem no calcanhar, formando o famoso esporão. Tal calcificação deixa o tecido mais rígido e menos elástico, predispondo a novas crises da dor.
Fascite plantar tem cura?
Sim! O grande problema é que muitas vezes os fatores de risco que levam à sobrecarga da planta do pé não são controlados, tornando o quadro crônico. Anti-inflamatórios costumam controlar parcialmente o quadro, com a dor retornando após a fase inicial. O mais importante é encontrar quais fatores ocasionaram o problema.
Quais as principais causas?
- Falta de mobilidade do tornozelo e da fáscia plantar;
- Falta de alongamento e fortalecimento da panturrilha;
- Ausência de treinos de equilíbrio (propriocepção);
- Falta de treinos de força dos quadris e abdômen, (correr “rebolando”);
- Tênis de corrida sem amortecimento adequado;
- Calçados do dia a dia duros demais (rasteiras, sapatilhas e sapatênis);
- Excessos de treinos ou progressões muito abruptas;
- Ausência de descanso;
- Persistir correndo mesmo com dor.
O que fazer?
O mais importante é descobrir os fatores de risco presentes no seu caso. A avaliação ortopédica é fundamental para tal diagnóstico e para afastar outras causas - a fratura por estresse, por exemplo, pode ter um quadro parecido.
Muitas vezes um exame de imagem como a ressonância magnética é necessário. A recomendação do uso de medicamentos, fisioterapia e o afastamento dos treino varia de caso a caso. Porém, quanto antes a pessoa procura ajuda, mais fácil a solução.
Pegue aquelas bolinhas de borracha com 'espinhos', que servem justamente para fazer massagens nos pés, e faça pressão com eles sobre o chão, em pé. Vale fazer com uma bolinha de tênis e, melhor ainda, pressionar uma garrafa d'água congelada de 500ml. No caso da garrafa, você junta a massagem com a analgesia (estado em que se atenuam os efeitos da dor) provocada pelo gelo, e o efeito é bárbaro", ensinou Luciana Dias, proprietária e treinadora da assessoria esportiva LUDIAS, em entrevista prévia à O2.
Como prevenir?
Sem dúvidas, a principal forma de prevenção é realizar treinos regulares de musculação, mobilidade e equilíbrio. A liberação miofascial da planta do pé e da panturrilha também é uma grande aliada. Ouça seu professor quando ele disser que está indo rápido demais, não só quanto à velocidade, mas quanto ao volume semanal de treino.
Por fim preste atenção nos calçados cotidianos e no tênis de corrida, sempre prezando por amortecimento. Nesse contexto, evite ainda correr sempre em terrenos duros, como pedra portuguesa e concreto.