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Por: Sérgio Maurício
Publicado em 19 de julho de 2018
Foto: O2Corre
Muitos atletas de corrida, ciclismo, crossfit e outros esportes temem a artrose, principalmente por seu desfecho: não poder mais praticar nenhum esporte. Mas será isso uma verdade? Nas últimas décadas os protocolos de reabilitação mudaram muito, e sabemos que os exercícios não só previnem como fazem parte do tratamento dessa doença marcada pelo desgaste da cartilagem. No entanto, com a progressão da doença a dor pode se tornar mais intensa e frequente. Nesse estágio, falhando as alternativas não cirúrgicas, o indicado é a prótese da articulação acometida, seja ela o joelho ou quadril. Acontece que junto com a evolução do tratamento não operatório, avançaram as técnicas cirúrgicas, os materiais das próteses e a fisioterapia pós-operatória. Pesquisadores ingleses, liderados por S. S. Jasmin, publicaram no The Bone & Joint Journal uma revisão da literatura médica a respeito do assunto. Eles mostraram que a prática esportiva é comum após a cirurgia, principalmente naqueles que já realizavam alguma atividade previamente, eram magros e não possuíam idade avançada. Não ter dor em outras articulações é algo que também contribuiu para o retorno. Diversos esportes foram estudados. No entanto, a grande preferência se deu por atividades de baixo impacto como ciclismo e natação, apesar de não haver consenso claro quanto às atividades de maior impacto. Eu mesmo treino ciclismo com um grande amigo que possui prótese no quadril e chega a pedalar mais de 300 km por semana. Alguns autores já estão estudando os efeitos da corrida nesses pacientes, como foi o caso de Hirohito Abe e colaboradores da universidade de Osaka. Eles publicaram o artigo Jogging After Total Hip Arthorplasty no American Journal of Sports Medicine, uma das revistas mais importantes do mundo no assunto. Em seu estudo, 66% dos pacientes que corriam previamente à cirurgia retornaram ao esporte. No entanto, essa não é a opinião da vasta maioria dos cirurgiões, assim como a minha. [leiamais] Para mim, apesar de todos os avanços, o ideal é que o paciente realize atividades de fortalecimento associadas a exercícios aeróbicos de baixo impacto como trekking, ciclismo, transport, natação ou tênis ( de dupla). Dessa forma, uma prótese não é o fim da linha para uma vida saudável! Pelo contrário, atividades físicas realizadas com segurança irão aumentar sua força muscular, duração da prótese e melhor condicionamento físico. Referências: • Athletic activity after lower limb arthroplasty - A systematic review of current evidence. The Bone & Joint Journal Vol. 96-B, No. 6, July 2014 • Jogging After Total Hip Arthorplasty - American Journal of Sports Medicine - Vol. XX, No. X, 2013
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