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Artigo: RP não cai do céu!

Por: Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2024

Artigo: RP não cai do céu!

Foto: O2Corre

Por Alexandre Lima*

Para quem não sabe, RP é a abreviação de “recorde pessoal”, também chamado de PR, “personal record”. O termo é usado quando o corredor bate seu melhor tempo em determinada distância. Não vou entrar aqui na discussão sobre se o RP vale apenas na prova oficial ou em treino. Isso é outro assunto e acho, de verdade, que há espaço para os dois cenários. Meu foco aqui é debater os fatores que são determinantes na obtenção de um RP, indo de encontro aos que esperam que isso deveria ser corriqueiro.

Recorde pessoal (RP) é sempre mais fácil de alcançar quando você é iniciante ou tem um nível de condicionamento menor. Obviamente, à medida que você treina e evolui no início de uma prática esportiva, seus tempos irão melhorando de forma progressiva e regular. Para quem já treina e compete há anos e tem nível de condicionamento alto, acontece o oposto: quanto melhores as performances você já tiver entregue na pista, menor a janela de adaptação disponível para seu progresso. Isso é o esperado e natural. É neste ponto que os detalhes começam a fazer mais e mais diferença.

A composição corporal para corredores é determinante. Quanto mais leve e forte você estiver, melhor performance terá. Corrida tem deslocamento do peso corporal e deslocar mais peso é mais custoso e difícil ao organismo. Pior ainda se esse peso extra for de gordura. A correta alimentação, suplementação, hidratação e estado de saúde em geral também são fatores determinantes para bater o recorde pessoal. Podemos fazer mais de uma coluna falando apenas disso no futuro. Sem o combustível correto no tanque, nem Lamborghini anda…

Outro ponto que muitos desconsideram é que corrida de rua é um esporte altamente dependente do clima e também do percurso. Por exemplo: comparar tempos obtidos na maratona de Nova York com Berlim é cruel pois as altimetrias dos percursos são bem diferentes. Berlim é muito mais plano que NY. A maratona do RJ de 2022 pode ser completamente diferente da mesma prova em 2023, basta que a temperatura e a umidade variem muito entre os anos – o que não é nada difícil de ocorrer no Rio. Isso terá um efeito direto no resultado final. Mesmo local com condições climáticas totalmente distintas! 

Ter companheiros para ajudar a manter o ritmo durante o percurso também ajuda demais. RPs vêm sempre com muito esforço, fazendo valer cada gota de suor. É natural que em uma prova de longa distância em determinado momento você relaxe, perdendo a concentração e alguns segundos preciosos que podem ser definitivos ao final do percurso. Ter parceiros de corrida a seu lado ou marcadores de ritmo da própria prova ajudam bastante a evitar isso.

Por fim, não se esqueça que as grandes conquistas têm um sabor especial porque são difíceis mesmo. A periodização do treinamento trabalha para você alcançar seu auge, normalmente, 2 a 3 vezes por ano. É neste período que você tem as maiores chances de alcançar seu RP.

Então, não se sinta derrotado quando o RP não aparecer. Nem todo dia as melhores condições estarão reunidas para você alcançá-lo e entender isso é o mais importante. Mantenha-se na estrada que em breve você irá encontrá-lo!

Saúde e alegria sempre. Boas corridas!

*Alexandre Lima tem licenciatura plena em Educação Física pela UERJ, é pós-graduado em Ciências da Performance Humana pela UFRJ e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É o coordenador geral da Equipe Filhos do Vento(RJ) desde 2000.

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