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Por: Danúbia Paraizo
Publicado em 9 de agosto de 2018
Foto: O2Corre
Já faziam alguns bons meses desde que não dava as caras por aqui. Então, vocês podem imaginar a minha ansiedade para retomar esse espaço. Desde a primeira temporada, no ano passado, a ideia era criar um ambiente quase terapêutico, para mais do que falar sobre corrida, também trazê-la para o divã. Discutir relação, anseios, seus bastidores e como nos sentimos em relação a ela. E depois de muito remoer sobre o tema desse recomeço, percebi que talvez seja um bom momento para botar o pé no freio e desacelerar. Sabe aquela história de que descanso também é treino? Pois acredite, é verdade. A gente sabe que nosso triathlon cotidiano corrida-trabalho-casa é puxado, mas talvez não nos demos conta do quanto. Ligamos o piloto automático e vamos entregando um pace negativo sem refletir muito. Apenas quando o corpo pede arrego é que percebemos a gravidade da situação. Melhor seria não deixarmos a chegar a esse ponto. Comigo, infelizmente, chegou. Só me dei conta quando caí de cama com pneumonia na semana passada, logo após a meia-maratona da SP City. Muito provavelmente não fiquei doente por isso, mas é inegável que a somatória de uma rotina acelerada levou minha imunidade à nocaute. Eu vinha treinando forte desde a Meia Maratona de Porto Alegre. Estava inconformada com meu tempo e enfiei na cabeça que entregaria um desempenho melhor em uma das provas mais técnicas do Brasil. [leiamais] Pois bem, cumpri a planilha à risca, fiz o dever de casa, e fui toda pimpona para o arrebento. Mas como ninguém aqui é atleta profissional e o corpo já dava sinais de que não estava 100%, acabou pedindo arrego pouco tempo depois da prova. E foi durante essa semana de descanso obrigatório que percebi o quanto meu ritmo estava desajustado. Muita correria dentro e fora da corrida. Com os dias começando às 5h e sem horário para chegar ao fim, fui me arrastando. Os fins de semana, que teoricamente, são feitos para descanso, de repente abriram espaço para mais compromissos. E, aos poucos, o que era para ser divertido começou a cobrar seu preço. Claro que treinar duro envolve comprometimento e disciplina, mas quando a corrida se torna parte da obrigação, alguma coisa está errada. Curiosamente foi justo no tempo em que fiquei sem correr que me dei conta do quanto ela precisava ser readequada. Se estou com saudades de correr? Definitivamente! Esta semana já estarei de volta. Mas às vésperas de completar mais um ano de vida, o tempo agora é de recalcular a rota e refletir sobre minhas escolhas e razões pelas quais eu corro e continuarei correndo. Só assim, com equilíbrio e sanidade a gente chega mais longe e envelhece feliz. De preferência, com muitos quilômetros rodados.
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