Publicidade

Publicidade

Do 0 aos 42 km em 18 semanas (conhecendo o universo da corrida)

Por:André Ferraz

Atualizado em 7 de dezembro de 2024

Do 0 aos 42 km em 18 semanas (conhecendo o universo da corrida)

Foto: O2Corre

E de repente me pego aqui, em frente do meu computador, escrevendo as primeiras linhas da minha nova coluna, e justamente para falar de corrida. Engraçado pensar que há pouquíssimo tempo eu não corria nem mesmo um pouco. E hoje venho aqui para dizer que como corredor sei muito bem dos desafios que enfrentamos em nossos projetos, seja ele correr 5 km ou uma maratona. Prazer, me chamo André Ferraz, tenho 31 anos, casado com uma esposa linda, que espera nossa segunda filha, a Ana Luiza, irmã mais nova do Davi, nosso filho mais velho e de 1 ano e 10 meses. Sou Fisioterapeuta de formação, com uma enorme paixão, o esporte. Sempre joguei futebol, e como goleiro aprendi a conversar comigo mesmo. Uma posição ingrata por sempre estar isolado dos demais. Sem me prolongar muito nas apresentações, vamos ao que de fato interessa. Por ser um apaixonado por esportes, e por trabalhar aqui na ClubFisio (sou cofundador da clínica), acredito que preciso conhecer exatamente o que meu paciente faz para poder atendê-lo da melhor forma possível. Por cada vez mais atendermos uma demanda grande de corredores, decidi entrar nesse universo de cabeça, mais especificamente indo direto para uma maratona. Sim, decidi sair de 0 km percorrido para 42 km. Pode parecer loucura, mas tudo foi feito com todo monitoramento necessário. Avaliações com meu treinador, aqui na própria ClubFisio (essa é a vantagem de estar dentro de uma clínica de fisioterapia) e com um médico do esporte. É importante lembrar que sai do zero e fui até os 42 km em 18 semanas, mas sempre pratiquei atividades físicas. Então tenho um corpo preparado para essa sobrecarga, precisava apenas focar na parte específica da corrida. Eu e meu treinador Emerson Bisan preparamos um cronograma incrível e que me fez alcançar esse objetivo de correr a minha primeira maratona. Voltando um pouco no tempo, em julho de 2019 sentamos Bisan e eu, num café próximo a ClubFisio, para decidirmos a prova-alvo. Ficou decidido então que eu correria a maratona de Curitiba no dia 17 de novembro, com ele ao meu lado. Foram 18 semanas de um trabalho de autoconhecimento surreal. Primeiro ao conhecer meu corpo ao correr 10 km (primeiro treino longo do ciclo), 12 km, 14 km e assim sucessivamente. E de lidar com o tempo em que tive que me ausentar de casa, me dedicando a esse objetivo. Sim, mesmo longe, estava com a cabeça e o coração na minha família. Mas sabia muito fortemente que essa seria uma tarefa que poderia mudar a minha vida pessoal e profissional. Saber lidar com o desconforto em todos os sentidos, saindo da zona de conforto em relação a tudo, me traria uma experiência para a vida. Hoje tenho certeza que minha empatia ao atender um corredor aumentou 1000%. Sei bem o que eles passam nessas horas de treinos e provas duras. Minha preparação basicamente foi feita em 3 fases:

  • Fortalecimento
  • Corrida (tiros, intervalos e longos)
  • Futebol
Essa 3ª fase, bom falar, a contragosto do meu treinador. Vocês podem dizer: “Ahh, o André está doido de jogar futebol às vésperas de uma maratona”, mas tenho algo dentro de mim que não me deixava abandonar o futebol. São duas coisas diferentes: prioridade x compromisso. Minha prioridade era a corrida, mas havia no começo do ano passado assumido o compromisso com meu time que eu seria o goleiro da equipe no campeonato e não poderia deixá-los na mão. Chegando o grande dia da estreia em maratonas, estava me sentindo bem, forte e confiante que terminaria a prova. Tinha dois planos para ela. O Plano A era terminar e o Plano B era fazer abaixo de 4 horas os 42 km. Fui direto para o plano B, e até o km 27 estava caminhando para conseguir bater a maratona abaixo das 4 horas. Foi então que passei pelos minutos mais complexos da minha vida. Eu não sabia como meu corpo reagiria acima dos 32 km (maior distância feita em treinos), e justamente ao ultrapassar essa distância veio um obstáculo. Do km 32 até o 38, tive que lutar contra meu corpo e minha mente. A vontade era de terminar, mas meu corpo pedia para parar. Parar? Desistir? Sim, pedia. Mas eu não poderia decepcionar todos que estavam ao meu lado, a minha família. Como falaria para o meu pequeno Davi que o papai não conseguiu? Essa foi a força que eu tirei, não sei de onde, para ir até o km 38. O km 38 foi um divisor de águas na prova. Ali eu enfrentaria uma subida forte e já tendo corrido quase toda a prova. Me concentrei como talvez nunca tenha me concentrado na vida. Foquei, olhei para frente e deixei meu corpo me levar. Lembro muito das palavras do Bisan ao meu lado, porém elas entravam e saiam da minha mente e a única coisa que me importava era o próximo passo. E assim foi até a linha de chegada, finalizando a prova em 4h45min10s. Lição de vida que levo para tudo hoje em dia. Correr, não importa o tempo que você leve para chegar, mas sim o porquê você corre. Parecia impossível fazer isso em 18 semanas, mas eu fiz isso ser possível por acreditar que assim seria. “O impossível somos nós” Esse foi o meu início nesse universo. Espero que tenham gostado de conhecer e saber que de agora em diante, estaremos juntos aqui nessa coluna. Se liguem nos próximos textos que nos levarão a entender como nos preparar para correr. Até lá!

Leia a seguir:Adizero Drive RC: adidas apresenta novo super tênis mais acessível
Dia nacional do atleta paralímpico
Artigo

Dia nacional do atleta paralímpico

Publicidade

Publicidade