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Por: Redação
Publicado em 5 de junho de 2024
Foto: O2Corre
As lesões cartilaginosas são frequentes no esportes, ligadas a entorses, contusões e prática inadequada de atividades físicas. Quando sofremos uma lesão na cartilagem sentimos dor, inchaço, travamento e perda de massa muscular. O inchaço no joelho é conhecido como derrame articular, é a inflamação sinovial causada por resíduos de cartilagem e proteínas inflamatórias. Esse tecido é avascular (sem vasos sanguíneos) e aneural (sem inervações), a presença de dor é um forte indicador de inflamação.
Um estudo publicado em 2016 afirmou que pacientes mais jovens (com menor tempo pré-operatório dos sintomas e sem intervenções cirúrgicas prévias) mostraram melhor prognóstico e retorno mais precoce ao jogo após o tratamento cirúrgico. A adesão de protocolos de reabilitação e defeitos de cartilagem de menor tamanho são fatores prognósticos positivos.
Quando surge a dúvida ou quando o atleta está submetido a um tratamento conservador (incluindo fisioterapia, medicamentos, suplementos e injeções intra-articulares – corticosteroides, ácido hialurônico e outros orto-biológicos) que não está surtindo efeito. Quando esses tratamentos falham e existem sinais de que a doença cartilaginosa está em evolução como agravado da dor, inchaço permanente e incapacidade de ganho de massa muscular, indicações para cirurgia podem ocorrer.
As decisões sempre devem ser baseadas em evidências científicas. Apesar de existirem inúmeros tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos para as lesões, o médico deve sempre se manter atualizado. Quando um procedimento é indicado baseado em uma alta evidência científica, as chances de sucesso são maiores e as necessidades atléticas específicas e os parâmetros multifatoriais requerem uam abordagem individualizada.
Fatores como características da lesão, idade e envolvimento ósseo estão diretamente ligados ao retorno precoce às brincadeiras e ao retardo do tempo de reabilitação. O mais atual no mundo medicinal está relacionado com:
A experiência pessoal do cirurgião, familiaridade com as técnicas e disponibilidades de tecnologia são alguns fatores que devem ser levados em conta. Além desses, também precisamos analisar:
Tamanho
Um defeito de 2 cm² em um jogador de futsal com 1,65 m requer uma abordagem diferente do que um defeito de 2 cm² em uma jogador de vôlei de 2 m, pois o gesto esportivo e a biomecânica terão impacto direto na evolução da lesão.
Localização da lesão
Lesões em regiões diferentes do joelho podem resultar em sintomatologia diferente e impacto no desempenho.
Envolvimento ósseo
Chamado de subcondral, localizado abaixo da cartilagem, pode indicar um prognóstico pior.
Cirurgia anterior
Lesões de cartilagem pós-meniscectomia (retirada de menisco) pode indicar procedimentos que alteram o alinhamento das pernas, como osteotomia para reduzir o peso sobre a lesão.
Patologia concomitante
Insuficiência do LCA, displasia troclear com instabilidade patelar, ruptura meniscal lateral complexa e alinhamento em varo do joelho, precisam ser tratados.
Tempo
O tempo é chave: quanto mais rápido e efeito o tratamento, melhor.
O tratamento de lesões de cartilagem no atleta continua sendo um desafio multifatorial e multidisciplinar, apesar de uma quantidade significativa de novas opções de tratamento disponíveis. Um histórico baseado em evidências, avaliação clínica e radiológica e algoritmo de tratamento permite que o médico indique a abordagem correta e individualizada do atleta. A tomada de decisão compartilhada e os protocolos realistas de retorno ao jogo, ajustados às necessidades específicas do atleta, são obrigatórios para alcançar o resultado esperado.
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