O câncer de mama é uma das primeiras causas de morte por câncer em mulheres no Brasil e um relevante problema de saúde pública. Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres, as maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Além do diagnóstico precoce - fator que aumenta consideravelmente as chances de cura - o melhor ainda é a prevenção.
Como prevenir o câncer de mama?
Através de pesquisas epidemiológicas, somente 10% dos casos de câncer de mama são atribuídos a fatores hereditários, ou de ordem genética, ou seja, a maior porcentagem é atribuída a fatores externos relacionados ao estilo de vida, como: ingestão de bebidas alcoólicas, má alimentação, excesso de gordura corporal, tabagismo, sedentarismo, entre outros. Alguns desses fatores afetam o risco de desenvolver câncer de mama mais do que outros e podem mudar ao longo do tempo, como o envelhecimento populacional ou as mudanças culturais de cada população.
"Dado os fatores de risco vinculados ao câncer, é possível traçar hábitos determinantes para a prevenção e o tratamento dessas patologias mais graves. Hábitos do dia a dia estão por trás da manutenção da boa saúde e da prevenção de enfermidades e desequilíbrios do corpo. A boa notícia é que muitas vezes uma única mudança pode trazer múltiplos benefícios," afirma a nutricionista Fernanda Larralde, parceira da
Bio Mundo.
A alimentação é um dos conceitos básicos para uma vida saudável e equilibrada. A orientação é sempre buscar comidas mais naturais, provenientes da própria natureza, o famoso “desembale menos, e descasque mais”, remetendo o resgate ao hábito de comer comida de verdade e diminuir o consumo de industrializados em geral. Outro hábito importante é evitar os exageros e praticar exercícios físicos regulares.
Manter uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos regulares desde jovem, traz benefícios à saúde a longo prazo. "Todos os grupos alimentares devem ser contemplados no cardápio, ou seja, o consumo de legumes, verduras, frutas, leguminosas, cereais, carnes, ovos, grãos, oleaginosas, farinhas, leite e derivados. Também é indicado o consumo moderado dos alimentos processados e evitar o consumo de alimentos ultra processados. Em contrapartida, é necessário atentar-se para o aumento da necessidade energética do cardápio, ao aporte adequado de macro nutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras, com maior destaque para as insaturadas) e dos seguintes micronutrientes: cálcio, vitamina D, ferro, zinco, vitamina C, vitamina A e vitaminas do complexo B para um bom funcionamento do organismo e desenvolvimento”, afirma Larralde.
A ingestão de ácidos graxos n-3 de origem marinha está associada a uma redução de 14% no risco de câncer de mama. A relação entre dose e efeito sugere que ocorre uma redução de 5% no risco de câncer a cada 0,1 g de ingestão diária. Ácidos graxos poli-insaturados da série ômega-3 (n-3) podem ser encontrados em fontes vegetais (ácido alfa-linolênico – ALA) ou de origem marinha (ácido docosaexaenoico – DHA e ácido eicosapentaenoico – EPA). Atualmente, esses compostos também já estão disponíveis através dos encapsulados ômega 3, com concentração de EPA e DHA.
A vitamina C, em especial, é um composto importante durante o processo de tratamento e prevenção de neoplasias . “Existem estudos observando essa relação, in vitro, ou seja, em laboratório. Aparentemente, o número e função das células tronco hematopoiéticas tem influência pela quantidade de vitamina C no organismo. Sendo assim, doses regulares de ácido ascórbico também atuam contra a progressão de células tumorais malignas devido às suas propriedades antioxidantes”, diz a nutricionista.
Fernanda também afirma que, uma dieta balanceada anti-inflamatória, antioxidante e rica em gorduras boas (mono e poli-insaturadas) são extremamente importantes para a prevenção e durante o tratamento oncológico. "Os cuidados com a alimentação saudável e estilo de vida devem ser mantidos e aperfeiçoados de acordo com o acompanhamento médico e nutricional, o que irá definir um bom caminho a perseguir e prevenir qualquer tipo de doença que possa se instalar", finaliza Larralde.