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O pescoço e a corrida

Por:Marcel Sera

Atualizado em 5 de fevereiro de 2025

O pescoço e a corrida

Foto: O2Corre

Anatomicamente conhecido como coluna cervical, o pescoço possui funções que vão muito além de unir a cabeça ao tronco, e por isso é importante saber algumas delas, principalmente se você é praticante de corrida.

O pescoço é composto de 7 vértebras, que são pequenos ossos encaixados um em cima do outro, separados por uma borrachinha de cartilagem que chamamos de "discos intervertebrais". No meio desse sanduíche de ossos e cartilagens existe um tubo, por onde passam os principais nervos do nosso corpo todo, que nascem no cérebro e descem por este canal até o final da coluna.

Em cada andar do sanduíche existem aberturas desse tubo, por onde saem ramificações de nervos pelas laterais, controlando tudo por onde encostam. É como uma caixa força da sua casa, onde você tem a chave principal (cérebro) e vários fios laterais (nervos) que controlam áreas definidas da residência (corpo).

E essa é a base que já te faz entender o por que algumas pessoas que lesionam o pescoço podem ficar tetraplégicas, ou seja, sem os movimentos dos membros superiores e inferiores. Todos os nervos que controlam os membros de forma voluntária, passam pela coluna cervical.

Fazendo uma comparação, o pescoço é como se fosse o tronco principal de uma árvore. Se danificá-lo, a planta inteira acima dele poderá sofrer consequências, desde os galhos mais fortes até a ponta das folhas mais altas. A única poupada será a raiz (cérebro), mas muitas plantas não vivem somente com raízes e um pedaço do tronco. Elas precisam de folhas.

Em outras palavras, o que quero dizer é que apesar de parecer frágil, o pescoço é extremamente forte. Sua parte mais sensível (medula) é protegida por ossos (vértebras), que são estabilizadas por ligamentos, rodeados de músculos e estruturas flexíveis, que permitem torções, inclinações e rotações consideráveis, sem prejudicar seu conteúdo. Seus discos amortecem os impactos e seus músculos o mantém na posição neutra, que deve ser com uma leve curvatura (lordose cervical) bem distribuída.

Isso significa que atividades físicas de impacto como corridas não devem machucá-lo. E corridas em trilhas, saltos e aterrissagens em obstáculos? Também não. Nossa coluna cervical é forte e foi preparada para isso, DESDE QUE ela esteja em ordem! E neste cenário, correr é um ótimo exercício pois o impacto gerado é um estímulo essencial para manter nossos ossos e cartilagens saudáveis.

O grande problema moderno são os mal hábitos, que rompem o equilíbrio muscular e postural do pescoço, fragilizando-o e fazendo alguns culparem e proibirem a corrida, condenando-a. Os vícios são vários, como curvar a cabeça para frente (no trabalho ou em casa vendo celular, assistindo televisão ou lendo/jogando no tablete); sedentarismo (que enfraquece os músculos até do pescoço!); estresse (que piora as tensões musculares, aumentando a compressão entre ossos e cartilagens); problemas de estômago (que podem afetar as tensões musculares na região); problemas com sono (corpo cansado aumenta a tensão muscular geral); entre diversos outros.

Resumindo, se a corrida começar a incomodar sua cervical (ou seus membros, por causa de comprometimentos na coluna cervical), não adianta simplesmente parar de correr, ou fugir para outro esporte. É importante encontrar e tratar a causa, antes de culpar um esporte tão primordial. Portanto cuide do todo, para que não precise procurar por bons profissionais de saúde. E corra sempre que puder!

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