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Queniano, que nada!

Por:Anne Dias

Atualizado em 21 de novembro de 2024

Queniano, que nada!

Foto: O2Corre

Cada vez que um amigo meu posta o treino dele nas redes sociais, tenho vontade de comentar: — Pode lançar na nota fiscal paulista? Pra que passar recibo de treino? Pra mostrar que está ligeiro? Fio, para nós, tanto faz se você faz 10 km em 35 minutos ou em 1h15min. Está tudo certo, principalmente se você está feliz. Agora, tanto não faz quando você está treinando ou fazendo uma prova e um determinado tipo de pessoa te ultrapassa. E temos pelo menos quatro tipos de corredores que se encaixam aí. Veja: 1. A gordelícia: ela é gorduchinha em todo o corpo menos na pança. Tem cintura de violão e está sempre sorrindo porque vive à base de brigadeiro, a melhor fruta que Deus criou. E não se engane: essas graciosas são parte dos tipos de corredores que correm pacas e te humilham a partir do km 2. 2. Os tiozinhos: você olha e pensa: “Pelo menos que este vô eu sou mais rápido”. Mas você se esquece de que ele é da turma do Cooper e corre desde 1973. Fez as últimas 80 São Silvestres. De todo o aparato tecnológico do mercado, ele usa apenas bermuda de tecido leve que o neto deu. Ele passa por você ali pelo km 0,5. 3. Os fantasiados: no Brasil, esses tipos de corredores só existem na São Silvestre. Mas em provas no estrangeiro, principalmente as festivas, como as da Disney e a maratona de Nova York, compõem cerca de 40% dos números de peito. Sabe a menina com tutu de bailarina e o Incrível Hulk todo pintado? Vão fazer sub-3h na mesma maratona que você treinou uma vida para simplesmente não cair duro. Eles te ultrapassam no km 8, porque antes estavam fazendo selfies.   [leiamais]   4. As crianças: nunca vou esquecer uma prova de 10 km em que um menino de 12 anos me passou com folga. Juro, pensei em desistir dessa bobagem que é a corrida. Aí lembrei do salto que uso a semana toda, das contas que tenho de pagar, do meu filho que adora falar palavrão, dos meus 43 anos. Me acalmei. Mas crianças costumam te ultrapassar ali pelo km 1. Por falar em criança, o mini me, meu filho de 10 anos, é desses que correm e te humilham. Ele tinha uns 6 anos quando decidiu sair correndo atrás do trenzinho que circulava dentro do Parque da Água Branca, um lugar lindinho em São Paulo. Vou te explicar quem até então era o mini me: moleque pele sobre osso, que só usava papete e bermuda quatro números maior que o corpo para ver se ela durava mais que um mês. Amigos, não fosse a gritaria que eu aprontei, acho que ele estaria correndo até hoje. Apelei para a goela porque não consegui acompanhar a correria. Eu, uma mãe corredora, não dei conta de um menino de 6 anos, magrelo, de papete. Pergunto: sub-2h em maratona é impossível? Fio, com treino a partir dos 15 anos de idade, 2.500 abdominais por dia, tênis tecnológico, comida controlada e uns fortificantes, você faz. Agora, correr atrás de filho, ficar na cola da gordelícia, virar sombra do tio, acompanhar a mulher maravilha, tudo isso só na base da planilha, gluglu iê iê, aí eu quero ver.

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