PROFESSOR de Ortopedia a Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Graduado em MEDICINA pela Faculdade de Medicina da USP.

Residência médica em ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Especialização em CIRURGIA DA MÃO pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. DOUTORADO em Medicina pela Universidade de São Paulo. MBA: Curso de Especialização em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde (CEAHS) pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas em SP.

Coordenador Médico da Confederação Brasileira de Judô. Médico do Time Brasil nas Olimpíadas Londres-2012 e Rio-2016, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e Lima 2019 e nos Jogos Olímpicos da juventude de Inverno Lausanne-2020.

Coordenador da Pós-Graduação em Medicina Esportiva Vita-BP-Unicid.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Membro titular da Associação Brasileira de Cirurgia da Mão. Membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício.

Ex-presidente da Comissão de Educação Continuada da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão. Ex-Presidente da Liga de Medicina Esportiva da Faculdade de Medicina da USP.

Mateus Saito

A Medicina Esportiva, também chamada de Medicina do Esporte ou Medicina do Exercício e do Esporte, é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que se dedica a cuidar da saúde das pessoas que realizam uma prática esportiva, seja de maneira amadora ou profissional.

O foco é o cuidado da saúde do paciente como um todo, tendo o exercício físico e o esporte como ferramentas para a melhoria da qualidade de vida e do desempenho do indivíduo.

A Medicina Esportiva auxilia na busca por resultados importantes na prevenção, tratamento e reabilitação de lesões do aparelho musculoesquelético e na melhora do desempenho de quem pratica exercícios físicos.
<h2>A especialidade é dividida em duas grandes áreas:</h2>
<ul>
 	<li>Medicina do Esporte: relacionada ao desempenho (performance) - voltada para os atletas de alto rendimento;</li>
 	<li>Medicina do Exercício: relacionada aos efeitos do exercício físico com o objetivo da manutenção da saúde, da diminuição do risco de lesões e do tratamento de doenças crônico-degenerativas - voltada para a população em geral.</li>
</ul>
<h2>Quem é o médico do esporte?</h2>
O profissional que deseja se tornar médico do esporte deve fazer uma residência médica em Medicina do Esporte ou pós-graduação em Medicina Esportiva para que ele esteja apto a atuar de maneira ampla, tendo como princípio a fisiologia do exercício, a prevenção de problemas de saúde e a melhoria de desempenho de pacientes envolvidos em práticas esportivas competitivas profissionais e amadoras.
Sua formação clínica lhe permite adquirir conhecimento em diferentes áreas da medicina, como a Cardiologia, Ortopedia, Imunologia, Endocrinologia, Nutrologia e Medicina do Sono.
<h2>O que faz o médico do esporte:</h2>
<ul>
 	<li>Trata e previne lesões que podem ser provocadas durante a realização de atividades físicas;</li>
 	<li>Analisa e orienta o atleta antes do início da atividade física. Antes de iniciar qualquer tipo de exercício, é preciso avaliar o desempenho do corpo. Isso se dá por meio de uma avaliação física que medirá a capacidade de esforço do coração, a circulação sanguínea, o metabolismo e a respiração;</li>
 	<li>Identifica o tipo ideal de esporte mais adequado para cada pessoa, de acordo com o seu biotipo;</li>
 	<li>Auxilia na melhora da performance e do desempenho físico;</li>
 	<li>Fornece recomendações sobre hábitos de vida e alimentação saudável. Dependendo da complexidade da atividade física praticada, o corpo tem necessidades diferentes. O médico do esporte pode indicar a melhor dieta para que o corpo tenha energia o suficiente para a prática de esportes e exercícios;</li>
 	<li>Requisita exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como a ergoespirometria e a termografia</li>
 	<li>Realiza intervenções invasivas e não invasivas, como as terapias por ondas de choque e infiltrações de medicamentos.</li>
 	<li>Propõe programas de exercícios e dietas com finalidades específicas;</li>
 	<li>Orienta pacientes que apresentam doenças cardiovasculares, obesos, diabéticos, asmáticos e outras doenças crônicas.</li>
</ul>
<h2>Principais exames que o médico do esporte pode solicitar</h2>
O médico do esporte pode solicitar, para uma avaliação mais completa do atleta, os seguintes exames:
<ul>
 	<li>Análises laboratoriais para individualização das cargas de treino ou períodos de descanso com o intuito de prevenir lesões musculares;</li>
 	<li>Teste de baropodometria, que avalia a pressão na sola dos pés quando a pessoa está de pé;</li>
 	<li>Avaliações posturais, por meio das quais é possível fazer um acompanhamento completo do paciente e da sua evolução;</li>
 	<li>Exames cardiorrespiratórios;</li>
 	<li>Análise de marcha;</li>
 	<li>Testes de flexibilidade, força e resistência muscular;</li>
 	<li>Eletrocardiograma, que avalia o ritmo do coração;</li>
 	<li>Teste ergométrico, também conhecido como teste de esforço cardiovascular, realizado para avaliar o funcionamento cardiovascular em repouso e durante esforço;</li>
 	<li>Teste ergoespirométrico, uma versão mais completa do teste ergométrico, com análise do consumo de oxigênio realizado pelo corpo.</li>
 	<li>Exames de sangue complementares;</li>
 	<li>Teste de bioimpedância, que avalia a composição corporal, ou seja, quanto o corpo possui de massa magra, água e gordura.</li>
 	<li>Termografia, que avalia a ativação de musculos e a presença de lesões pela análise de imagens infravermelhas</li>
</ul>
<h2>Principais condições tratadas na Medicina Esportiva:</h2>
<ul>
 	<li>Lesões musculares e ligamentares;</li>
 	<li>Lesões nos tendões;</li>
 	<li>Fraturas e problemas ósseos;</li>
 	<li>Doenças crônicas que podem afetar o desempenho físico.</li>
</ul>
<h2>Para quem é indicada a Medicina Esportiva?</h2>
O especialista em Medicina Esportiva, como dito antes, não trata apenas lesões. Cabe a ele também realizar um trabalho preventivo, através de um acompanhamento periódico do atleta amador ou profissional. À medida que alguns sintomas vão surgindo, o especialista poderá intervir para promover a recuperação física do indivíduo, reduzindo o risco de a lesão atingir um grau mais severo e impactar a funcionalidade.
<h2>A procura por um médico especialista em Medicina Esportiva pode ser feita nas seguintes situações:</h2>
<ul>
 	<li>Realização de um check-up da saúde;</li>
 	<li>Antes de iniciar a prática de uma atividade física;</li>
 	<li>Quando o paciente apresentar algum sintoma durante a prática esportiva, como dor nas articulações, palpitações ou mal-estar</li>
 	<li>Para receber orientações em relação ao tipo de atividade física mais adequado e como esta deve ser realizada (intensidade, frequência);</li>
 	<li>Pessoas que desejam ganhar massa muscular ou realizar algum tipo de controle de peso; Incluindo aqueles com problemas ortopédicos que precisam trocar gordura por músculo</li>
 	<li>Pessoas sedentárias que pretendem incluir a prática de uma atividade física em sua rotina;</li>
 	<li>Gestantes;</li>
 	<li>Quem deseja melhorar a qualidade do sono e aumentar a disposição;</li>
 	<li>Idosos, com o objetivo de prevenir quedas e fortalecer músculos e ossos para assim manter sua funcionalidade. Idosos que fazem exercícios de força apresentam menos dores. Também têm menor necessidade de medicamentos e menor risco de quedas.</li>
</ul>
Durante a consulta, o médico procura saber do atleta qual seu objetivo: perder peso, aumentar seu desempenho, ganhar massa muscular, tratar ou prevenir lesões, tratar doenças como diabetes ou hipertensão.

Com base nessa conversa e nos resultados dos exames, é possível ao médico do esporte conhecer as variáveis que podem influenciar o rendimento do atleta. Estas variáveis representam as áreas da cineantropometria (perimetria, composição corporal, somatotipo), metabólico-energética (capacidade aeróbica, potência, resistência anaeróbica, limiares ventilatórios) e neuromuscular (força e potência muscular, flexibilidade, velocidade).

Com essas informações em mãos, é possível indicar o melhor esporte para o paciente, redefinir objetivos com base nos dados apresentados, elaborar um plano de ação com etapas, tratar lesões, avaliar a necessidade de suplementação e recomendar dietas mais adequadas aos objetivos propostos.
<h2>Quais tratamentos o médico esportivo pode recomendar?</h2>
O médico do esporte pode recomendar o uso de medicamentos, cirurgias ou tratamentos como a fisioterapia, por exemplo. O especialista pode também fazer recomendações para um melhor ajuste na alimentação dos pacientes.
<h2>Como encontrar uma clínica focada em medicina esportiva?</h2>
O corpo precisa de cuidados e acompanhamento. Ao mesmo tempo que a prática de atividades físicas é importante, ela precisa ser feita com orientação adequada, para não ter um efeito contrário e prejudicial à saúde do atleta.

Para isso, é fundamental procurar por uma clínica especializada, que conte com um corpo de profissionais capacitados e experientes que contribuam para a melhoria da saúde e da qualidade de vida do indivíduo. Oferecer serviços complementares e integrados também é um diferencial.
<h2>Como o médico do esporte pode te ajudar a realizar os seu sonho?</h2>
Se você tem o sonho de retomar ou iniciar uma prática esportiva com segurança, o médico do esporte pode cuidar desse processo. Dessa forma, o candidato a atleta é conduzido de maneira segura para a prática esportiva. Caso seja detectada alguma condição clínica que impeça essa prática, o médico do esporte pode ajudar a encontrar uma atividade que possa ser praticada com segurança.


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Medicina esportiva: saiba a importância e para quem é indicada

Hoje o professor de Ortopedia a Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dr. Mateus Saito, responde nossa dúvida sobre as causas mais comuns de desgaste do joelho. Lembrando que ele também é membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício, entre outros títulos e posições importantes que já ocupou tratando de atletas.

<h2>Cinco causas mais comuns de desgaste do joelho</h2>

<h3>1 - Idade</h3>
Quanto mais vivemos, mais andamos, e maior é o desgaste dos componentes do joelho, tanto a cartilagem quanto os meniscos.

<h3>2 - Desequilíbrios musculares</h3>
O joelho é uma articulação que não tem um "pino" travando o seu movimento. Portanto ele depende de um bom equilíbrio muscular para "rodar" no eixo correto. Desequilíbrios musculares da parte interna e da parte externa da coxa e do quadril geram oscilações como um pneu mal balanceado que oscila enquanto roda. Encurtamentos da musculatura anterior e posterior da coxa geram aumento da pressão na patela em relação ao fêmur, gerando desgaste desta cartilagem. É como se um carro tentasse rodar "com o freio de mão puxado".

<h3>3 - Fraturas intra-articulares</h3>
Essas fraturas geram um "degrau" dentro da articulação que acaba raspando e desgastando as cartilagens. Além disso, se houver um desnível das articulações, isso pode gerar aumento da pressão em alguns pontos que acabam gerando o desgaste precoce.

<h3>4 - Lesões ligamentares que geram instabilidade no joelho</h3>
Lesões ligamentares, como do ligamento cruzado anterior e posterior, acabam gerando um movimento do eixo de rotação ideal que culmina com o desgaste de cartilagem e dos meniscos.

<h3>5 - Desalinhamentos dos membros inferiores</h3>

Algumas pessoas têm os membros inferiores desalinhados, com o joelhos indo muito "para dentro" (valgo)  ou "para fora" (varo). Essas duas condições acabam sobrecarregando regiões do joelho e causando desgaste delas.

A dor no joelho ao correr pode ter várias causas. Dependendo da sua localização, podemos ter algumas pistas. 

Se a dor acontece na parte da frente do joelho, também pode ser causada pelo atrito entre o fêmur e a patela, por alguma sobrecarga ou inflamação do ligamento patelar (antigo tendão patelar) ou do tendão quadricipital. Nas crianças e adolescentes a cartilagem de crescimento da tuberosidade da tíbia também pode ficar inflamada. Dores mais internas podem ser decorrentes de lesões ou sobrecargas da cartilagem ou dos meniscos. Dores posteriores podem também ter origem nos meniscos o mesmo nos músculos e tendões desta região.

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Cinco causas mais comuns de desgaste do joelho

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