Corredora amadora, jornalista e especialista em marketing e comunicação corporativa

Patrícia Oliverio

“Perdi completamente a vontade de correr.” Ao conversar com alguém que gosta de praticar o esporte, raramente irá ouvir essa frase. Mas em alguns momentos, o desânimo causado pelo trauma de perder algo ou alguém pode ser a razão para o “não fazer”.

Quando o assunto era correr, lá estava eu, sempre animada — às vezes até um pouco chata. Além de acordar cedo aos domingos para não perder uma prova que fosse, quantas vezes troquei o papo do almoço com as amigas para aproveitar aquela hora e meia de intervalo no trabalho para correr? De repente, há três anos, o destino me deu um soco no estômago e levou meu irmão sem aviso prévio.

A perda repentina daquele que era também um grande amigo me fez perder toda a disposição para correr. Demorou para que eu entendesse quanto essa falta de motivação causava ainda mais tristeza e mais tempo para pensar no “e se...?”, aquelas bobagens que a gente se pergunta com a esperança de que algo ainda poderia ser feito.

Cansada de esperar que a vontade chegasse, um dia calcei o tênis e decidi que era hora de voltar. O treino não durou mais do que 30 minutos. Meu retorno às pistas foi embalado por lágrimas e um misto de culpa e egoísmo por querer cuidar de mim.

Certamente, as lágrimas do recomeço limparam aquela angústia que tomava conta do meu corpo e, principalmente, dos meus pensamentos, e me ajudaram a relaxar e a dormir, como já não fazia desde que tudo acontecera. A vontade de voltar ao treino aumentou no dia seguinte e mais ainda no outro.

Em pouco tempo, lá estava eu me aventurando na <a href="https://www.nightrun.com.br/" target="_blank" rel="noopener">Night Run</a>, em meio a milhares de outros corredores amadores. E sabe-se lá o que sentiam, o que buscavam e o que os motivava a deixar suas passadas por aquele caminho.

Fiz questão de compartilhar minha experiência com você aqui porque enxergo a corrida como o mais eficiente antídoto para combater a tristeza ou qualquer outra doença.

Que tal fazer parte do time que está ganhando? Lembre-se, a corrida é poderosa, ela deixa tudo mais leve e faz com que qualquer dificuldade seja encarada de forma mais positiva. Diversos estudos comprovam os<a href="https://www.ativo.com/corrida-de-rua/papo-de-corrida/santa-corrida-como-cura-de-doencas/" target="_blank" rel="noopener"> benefícios que a corrida traz para o corpo</a>, principalmente para a parte psicológica.

Afinal, quem corre ou pratica um esporte conta com a liberação da endorfina, o <a href="https://www.ativo.com/corrida-de-rua/treinamento-de-corrida/barato-da-corrida-descubra-os-motivos/" target="_blank" rel="noopener">hormônio do bem-estar</a> e da felicidade. Não somos nós, os apaixonados pelo esporte, que falamos isso, mas bem que a gente apoia.

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Como recuperar a motivação para voltar aos treinos

Fim de tarde. Depois de quatro reuniões ao longo do expediente e em meio a muito trabalho, o único desejo de qualquer ser humano seria correr para casa e se espalhar no sofá. Mas no mundo de quem corre, perder aqueles 5 km planejados desde cedo é como perder o dia.

Mesmo praticamente sem disposição, parece que quem corre sempre está acompanhado por um amigo imaginário que diz o tempo todo que correr fará toda a diferença em um dia cansativo. O pior — ou melhor — é que faz!

Outro dia, encarei quase seis horas de estrada durante uma viagem a trabalho, com chegada prevista ao hotel no começo da noite. Mesmo sabendo que ainda teria de finalizar uma atividade até a hora de dormir, no check-in fiz apenas duas perguntas ao recepcionista: qual era a senha do Wi-Fi e onde ficava a academia.

Foi o tempo de deixar a bagagem no quarto, calçar o tênis que sempre me acompanha e aproveitar, na esteira, 30 minutos daquelas poucas horas que sobravam no dia. Na esteira, o cansaço cedeu lugar a novas ideias que iam surgindo para oxigenar o cérebro. Ao voltar para o quarto, elas me ajudaram a finalizar muito mais rápido todo o trabalho que me aguardava.

Para quem corre ou pratica qualquer outro tipo de esporte, mexer o corpo após um dia intenso e estressante é sinônimo de relaxamento. Sem falar da melhora no condicionamento muscular e cardiorrespiratório ou do benefício estético que ele proporciona.

Então, se os dias parecem cada vez mais curtos e as pessoas mais envolvidas em dezenas de atividades ao mesmo tempo, que tal reverter os índices de obesidade e sobrepeso que triplicaram nos últimos 40 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)? Não deu tempo para um treino bem-feito no dia, temos a tecnologia para nos ajudar a manter uma vida mais ativa.

Pelo celular, podemos encontrar uma bicicleta pelo caminho. Por que não deixar o carro distante do trabalho ou trocar o transporte público por pedaladas? Aplicativos que controlam a quantidade de passos dados durante o dia também aumentam nossa culpa ao perceber que estamos no vermelho. Para que elevador se sempre há uma escada ao lado?

Pense que hoje, com pequenas atitudes, você fez uma pequena contribuição a si mesmo. Amanhã é outro dia e seu corpo estará muito mais disposto a realizar um treino bem-feito. Mas não vale colocar o soneca no despertador. Lembre-se: seu corpo te chama!

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Quer mais tempo para correr? Seja criativo!

Jornalista por profissão, corredora por paixão. É dessa forma que defino a mim mesma, há nove anos, desde que enfrentei pela primeira vez as ruas da Cidade Universitária, em São Paulo. 

Foi num sábado bem cedo, desviando de ciclistas e corredores, que me inscrevi em uma assessoria esportiva, por curiosidade. De lá para cá, ganhei novos amigos e até mesmo a vontade de acordar cedo aos domingos, calçar o tênis e me aventurar por ruas e avenidas, por um ângulo diferente e sem a pressão do trânsito. 

Pude admirar o Centro velho, observar os moradores do Minhocão, subir a Brigadeiro Luís Antônio quase sem fôlego, frequentar quase todos os parques da cidade, realizar um check-up e ouvir meu médico dizer que meu coração batia igual ao de uma criança e, o melhor disso tudo, comer sem culpa. 

Entre as tantas mudanças que a corrida me trouxe, incentivar meu filho a correr, sem forçar a barra, era minha meta. Em uma das vezes em que me acompanhou em uma prova, o combinado era esperar que eu voltasse, mas o espertinho se concentrou nos últimos 500 metros. 

Claro, foi só eu estender os braços para que atravessássemos, juntos, o pórtico de chegada. O clima das provas é tão mágico que, a partir daquele dia, vieram outras provas, até que ele tivesse idade para correr uma noturna comigo e, em vez de me acompanhar, me deixou para trás.

Se será corredor ou não, o tempo vai dizer.

Sou amadora nas pistas, nunca conquistei um pódio nem tenho a pretensão de me tornar atleta. Para mim, a corrida é o meu momento comigo, é quando consigo pensar em como será ou foi meu dia e até mesmo rascunhar um texto, em pensamento, durante o treino. 

Por isso, entre os diversos presentes, escrever sobre um tema tão próximo a mim e tão apaixonante é uma conquista e tanto. E ele veio de um grande amigo, conhecido de vocês há um bom tempo, o jornalista e colunista Marcos Caetano. 

Ele deixou o País — não o esporte — para se dedicar a novos negócios nos Estados Unidos e, de quebra, me deu a missão de continuar o trabalho bacana que desenvolvia por aqui.

Conto com vocês para, a partir deste mês, falarmos sobre as novidades e as curiosidades de um dos esportes mais antigos e capaz de ser realizado, desde que demos nossos primeiros passos. 

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Jornalista e apaixonada por corrida: minha estreia no Ativo

Minha proposta para o início do ano — pensando que boa parte das pessoas estará em período de férias — é iniciar essa nova temporada em slow. Já ouviu dizer que devagar se vai longe? Isso funciona também com a corrida.



De que adianta aproveitar que tem horas sobrando nas férias para correr 10 km em um único treino?



Tudo perfeito até as aulas recomeçarem ou as férias do trabalho acabarem para que o treino puxado se resuma a atletismo de final de semana. Isso se a disposição continuar.



Aproveite que está no começo de mais um ano e dê folga também para seus pés e joelhos, colocando-os para se exercitarem, claro, mas sem exageros.



Eu sou a favor de deixar a agenda de treinos regulares para quando a rotina volta ao normal.



Com os horários bagunçados das férias, filhos em casa ou curtição com os amigos ou com a família, é muito difícil realizar um treino bem-feito.



Aproveite esse tempo para relaxar, mas não relaxe de você. Jogue-se na piscina com as crianças.



Em uma hora de natação, serão eliminadas, em média, 600 calorias. Você não estará em uma aula, mas com certeza os pequenos não te deixarão descansar enquanto estiverem na água.



Pedale. Sempre tem aquele primo que não sai de casa sem a bicicleta.



E quando tiver mais um tempinho, aquele trote à beira-mar sempre ajuda. Nem só de praia vive o ser humano no mês de janeiro. Muitos, inclusive, nem tiram férias. Enquanto alguns descansam (ou se cansam) no litoral, outros podem aproveitar a calmaria das ruas e avenidas para correr.



Organize-se para correr no final do expediente. Mesmo sem o horário de verão, dá para correr à luz do dia na maioria das cidades. Mas não exagere. A folga para pés e joelhos serve também para quem ficou trabalhando.



E se você tirou férias, mas não saiu de casa, aproveite para correr distâncias maiores do que poderia se estivesse trabalhando.



Faça do seu treino o reconhecimento das paisagens da cidade onde vive e admire o que dificilmente conseguiria com a correria do dia a dia.



Faça desse novo recomeço de ano um momento de reflexão e recomeço para sua vida também.



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